Ainda estou mexendo nos dados que mostrei no texto Sobre volume e impacto de publicações brasileiras. Depois de ler algumas publicações, como os artigos do prof. Sylvan Katz, fiz algumas alterações no meu programa. Primeiro, passei a adotar o tal RCI, relative citation impact index. O resultado deste índice é quase igual ao que eu estava fazendo, só que não é relativo ao volume de algum ano, é normalizado pra valer. Também utilizei o valor total de citações de todos países como referência, e não apenas o dos EUA.
Outra modificação importante é que apliquei uma suavização nos dados: estou plotando o resultado da média móvel de 3 anos em cada variável (i.e. depois de calculado o RCI, e não a média de citações e média de publicações… Ainda não estudei que diferença faria isso). Assim temos os dados do triênio 1996-1998, seguido pelo 1997-1999, até 2006-2008, resultando em 11 pontos para cada país. Aí vai a nova figura:
Estas modificações resultaram em curvas bem mais suaves. Para alguns países, como França, Itália, Grécia e República Tcheca, fica bem claro que exitem leis de potência guiando o crescimento das duas grandezas.
Esse tipo de lei surgem em várias áreas de estudo, e existe toda uma escola dedicada a estudá-las… Tem muito a ver com a “explosão fractal” dos anos 80. Uma característica importante delas é a invariância a escala, o que muitas vezes tem relação com características importantes do sistema estudado.
As linhas azuis ainda possuem alguma relação com o volume absoluto de citações, mas agora são valores normalizados.
E como bônus, aí vão os gráficos só para as áreas de engenharia e ciência da computação:
Em Engenharia o Brasil já não se mostra tão brilhanto quanto no quadro geral. E em Computação é interessante notar as posições de Taiwan e Hong Kong, colocando-se entre aqueles dois grupos de nações mais desenvolvidas.
ATUALIZAÇÃO: Não quero trabalhar mais com esse assunto, então vou anexar aqui neste último post o último gráfico que produzi. Eu apenas utilizei desta vez, ao invés do valor absoluto de artigos publicados, o valor relativo, comparado à soma da publicações de cada ano. Assim vemos qual país está tendo sua “fatia” aumentada, e qual está ficando para trás, mostrando o verdadeiro panorama das publicações, descontando o crescimento natural no volume de (quase) todos os países.
2010/06/11 às 9:26 am |
Muito boa a sua análise.
Meus parabéns pelo trabalho!